Com o aporte de R$ 190 milhões pela private equity americana FTV Capital, a fintech, focada em soluções para back office do setor financeiro, investe em tecnologia e na estratégia de fusões e aquisições para crescer.

A Vórtx, fintech de infraestrutura para o mercado financeiro, planeja fazer um IPO em bolsa fora do país, possivelmente até o próximo ano. Após o recente aporte Série B no valor de R$ 190 milhões pela private equity americana FTV Capital, a empresa quer ampliar sua liderança na área de back office, a partir da expansão de tecnologia e estratégia de fusões e aquisições. Sua meta é comprar duas concorrentes especializadas em gestão de fundos, ainda no segundo semestre.VortixEm abril, adquiriu o controle da Simplific Pavarini, que atua na prestação de serviços fiduciários desde 1994 em emissões de dívidas e outras funcionalidades em Corporate Trust. Com a aquisição, a Vórtx passa a ter mais de R$ 300 bilhões em ativos sob custódia em sua carteira e assume a liderança com mais de 50% do mercado de Corporate Trust do país.

Além disso, anunciou investimento na fintech global Parfin para expandir sua atuação no mercado de cripto ativos, comprou a empresa de sistemas Vorasys/ BCInf e investiu na starup brasileira Preparo, voltada para contratações e recrutamento para estágios e primeiro emprego.

Revolução no back office

Enquanto a maioria dos players hoje está dedicada a investir tecnologia com o foco em distribuição, venda de investimento e acesso à pessoa física, a plataforma de infraestrutura para atender o mercado de capitais Vórtx está 100% voltada para o back office controlando, processando e liquidando todos os investimentos. “Desde nossa concepção, nunca concorremos com nossos clientes, mas oferecemos tudo que eles não têm dentro de casa”, afirma Juliano Cornacchia, CEO e cofundador da Vórtx.

Com atuação no segmento B2B, a Vórtx atende bancos, corretoras e gestores de investimento. Entre seus principais clientes constam o Bradesco BBI, BTG Pactual, Patria, Credit Suisse, entre outros.

O objetivo da fintech é transformar o mercado tradicional de back office em algo revolucionário com as plataformas tecnológicas desenvolvidas para a prestação de serviços. No ano passado, lançou o VX Meetings, plataforma com suporte completo para assembleias digitais, o Vórtx One, voltada para Fund Trust e VX Informa+, para Corporate Trust.

Evolução das plataformas

A plataforma Vórtx One foi considerada a primeira evolução da empresa, oferecendo visibilidade ao gestor do fundo de todo o processo por meio de dashboard, o que representou um ganho em eficiência. Na segunda fase, ele passou a fazer alterações na própria plataforma, enquanto o momento agora é incorporar os produtos de gestão adquiridos.

Para ter acesso aos serviços da fintech, o cliente paga um percentual sobre o patrimônio administrado somado à assinatura para entrar na plataforma e escolher o tipo de serviço que deseja. “Nosso objetivo é entregar um portfólio completo de ferramentas de gestão que envolve até o ERP”, explica.

A área de dívida corporativa, que responde por 40% dos negócios da fintech, sofreu uma queda com a pandemia, enquanto a de fundos, 60%, se mantém em crescimento. De forma a atender com eficiência o mercado de dívida corporativa, criou uma comunidade de investimentos, que conecta todos os envolvidos em uma emissão de dívida, na mesma plataforma. Essa solução ajuda a monitorar a saúde do papel, um dos trabalhos mais relevantes desenvolvidos pelo agente fiduciário em benefício dos investidores.

“Temos 1.100 mil séries ativas de papéis de dívida, que juntas envolvem cerca de 250 mil obrigações para serem monitoradas. Imagina o que se perdia quando isso era feito em uma planilha de Excel enviado por email”, lembra o CEO da Vórtx. Um dos maiores concorrentes da fintech opera com cerca de 70 funcionários para cobrir 1.200 séries de dívidas ativas. Graças à tecnologia, a fintech conta com uma equipe enxuta de apenas 17 pessoas para desempenhar a mesma função.

O desafio do B2C

O desafio agora é operar no segmento B2C. Para isso a empresa reuniu um milhão de investidores nessa plataforma, que tem R$ 135 bilhões em ativos em custódia, e fez ajustes no seu time de tecnologia. “Em algum momento vai ser mais barato para os clientes terceirizarem nossos serviços que desenvolverem dentro de casa”, diz.

Oportunidades não faltam. Analistas estimam que o país conta hoje com uma indústria de mercado de capitais, especialmente de fundos, de aproximadamente R$ 6 trilhões. Desse total, R$ 4 trilhões estão concentrados nos grandes bancos, que proveem serviços para eles próprios. “Nosso foco é atender a fatia de mercado correspondente aos R$ 2 trilhões de casos independentes que estão perdidos”, diz … Leia mais em telesintese 13/04/2021