A Nova Década (de 2021-2030) começou tão dinâmica quanto inusitada, em meio a uma nova realidade (de vida e de negócios), que vem afetando o mundo todo de maneira implacável — e que ninguém de fato podia prever.

Quase que de um dia para o outro encontramo-nos em uma das maiores crises gerais, e econômicas, dos últimos tempos, mas igualmente em um período de grandes oportunidades de negócios a serem aproveitadas com cuidado.

A consciência de que crise é também oportunidade precisa estar cada vez mais presente entre nós, e tem que nos ajudar a perceber novas maneiras de realizar negócios.

O mercado não teme o risco, mas encontra maneiras de precificá-lo, razão pela qual as empresas precisam estar preparadas para os movimentos que surgem a todo momento.

A migração (nem sempre planejada) de grande parte das nossas atividades para o mundo virtual, deu enorme impulso a setores como tecnologia, comunicações, comércio eletrônico, logística e saúde, ao passo que afetou muitíssimo segmentos como o automobilístico e o de entretenimento presencial, assim como os da moda, da aviação, da alimentação tradicional, da educação e do turismo — dentre muitos outros.

O Brasil e o planeta de forma geral foram pegos de surpresa pela pandemia e pelas “quarentenas”, e todos tivemos que nos adaptar à nova realidade — da mesma forma como as empresas e os negócios, de maneira que se 2020 gerou grandes perdas, contou, também, com muitos projetos.

Alguns setores, como o da construção civil, reagiram rapidamente e logo retomaram grande atividade, ao passo que outros ainda se reorganizam.

Paradoxalmente, a despeito da grande quantidade de empresas que foram fechadas no País, observou-se no conjunto das Juntas Comerciais, que o saldo foi positivo, com mais aberturas do que fechamentos (baixas).

Será missão de todos nós trabalharmos no sentido de as empresas estarem cada vez mais preparadas para aproveitar as oportunidades, com os devidos cuidados e com o melhor resultado possível.

Chegou o momento de praticamente todas as empresas estarem prontas para compra ou para venda, estruturando sua operação para maximizar resultados, com segurança e tomando todos os cuidados possíveis – inclusive contando com apoio jurídico corporativo especializado permanente.

Ao contrário do que alguns talvez pensem inicialmente, o dinheiro não some do mundo, sendo apenas realocado, em função de uma série de fatores; ao mesmo tempo em que dificilmente todas as empresas e todos os negócios passam pelas crises da mesma forma.

Companhias que sofrem muito e que não conseguem se adaptar a tempo e se reerguer, em geral são absorvidas (integralmente ou em partes) por outras, maiores ou mais ágeis, que aproveitam para reforçar a sua estrutura. E muitas empresas precisam comprar ativos (ou negócios) para continuar a crescer.

De alguma forma, todos se movimentarão — ou morrerão!

A realidade local que já caminhava para um período de taxas de juros bastante baixas (especialmente para os nossos padrões), aliada a um período conturbado para o nosso câmbio, afetou muitíssimo os nossos mercados de fusões e aquisições (M&A) e de capitais, em função de uma grande movimentação empresarial e financeira.

O câmbio e a crise deixaram muitas empresas brasileiras relativamente baratas, e tantas outras em dificuldades para honrar compromissos, gerando um enorme movimento de compras de ativos “estressados” (os Distressed M&As, ou ativos problemáticos), ao mesmo tempo em que tivemos uma temporada de operações de abertura de capital (IPOs) super movimentada (como há muito não se via).

As famosas aplicações financeiras já não rendem a taxas semelhantes ao que os investidores gostariam e o mercado de capitais é cada vez mais acessado pela população que tem condições de aplicar em modalidades de risco. E para muitos negócios, que já estavam com problemas, está chegando a hora da verdade, que muitas vezes aponta para a necessidade de receber investimentos ou de venda.

Uma das questões principais nesse contexto está em procurarmos nos preparar para essas oportunidades e projetos, tanto para a ponta de compra quanto de venda, assim como para o lançamento de ações (conforme o caso).

O importante é não deixar para pensar em arrumar a casa apenas em cima da hora, pois esse erro custa muito caro!

Cuidar dos fundamentos econômicos das empresas, assim como da boa governança corporativa, da sua propriedade intelectual estratégica, da qualidade de seus contratos, e da sua imagem, além de trabalhar para reduzir eventuais questões delicadas em compliance, evitar (ou reduzir) contenciosos e questões trabalhistas, ambientais e tributárias, dentre outras, é urgente e fundamental.

Frequentemente chegam ao País “ondas” de investimentos, movidas por empresas e fundos internacionais que percebem o enorme potencial de negócios, e de lucros que aqui se apresenta.

Nosso território e mercado consumidor são tão grandes que jamais passarão despercebidos pelos grandes movimentos empresariais e de investimentos mundiais. É hora de aproveitarmos as oportunidades, com cuidado.

Vivemos agora uma nova fase de atração de altos investimentos, e de criação de muitos negócios, que se bem planejados e estruturados, podem gerar resultados extraordinários.

As operações de “Joint Ventures”, assim como as chamadas “Fusões e Aquisições”, refletirão de forma crescente a grande quantidade de bons projetos locais, e a percepção de que o País é enorme — e que tem uma infinidade de oportunidades nascendo todos os dias.

O foco principal que se apresenta (de início) parece ser, justamente, a formatação e a implementação de bons e sustentáveis negócios, adequados ao modelo brasileiro, e ao momento.Foto de prédiosAspectos societários e contratuais, englobando desde a criação da empresa, incluindo todo o arcabouço da governança corporativa e do “ESG”, passando pela estruturação do negócio e sua operação, assim como pela obtenção de aprovações e de licenças, muitas vezes já preparando as startups para investimentos, e para operações de M&A, assim como em todos os demais campos do Direito Corporativo, são cuidados que precisam receber a devida atenção do empreendedor — desde a elaboração do “business plan”.

Temos muito a crescer como País, assim como crises e obstáculos a superar — com seriedade e muito trabalho. Nesse contexto de união de esforços: Que vençam os melhores projetos! Autor: Leonardo Barém Leite – sócio do escritório Almeida Advogados, especialista em Direito Empresarial, Societário, Contratual, Fusões e Aquisições (M&A), Joint Ventures e Mercado de Capitais.Leia mais em almeidalaw 15/02/2021